domingo, 24 de agosto de 2008

Padronização não impede as diferenças

Como é possível ir a uma festa de forma diferenciada sabendo que quando chegar lá, vai ver que todas as outras pessoas estraram vestidas com a mesma roupa que você? Esta é a pergunta que se faz quando se vai a uma festa típica da Bahia ou então em eventos que fazem do vestuário passe para entrar na festa, que implantam os abadás como ingresso. Foi por isso então que eu fui conferir o que as pessoas fazem pra se diferenciar das outras na 9ª Levada Elétrica do Alambick.

A busca pela diferenciação neste contexto parece ser o elemento principal pra sobressair na multidão. Além da busca pelo diferente e pelo exclusivo, traços fortes do estilo musical, cultural e de identidade compõem o vestuário dos participantes da festa.

Exemplo disso podem ser vistos nas fotos que tirei, em que algumas pessoas aparecem de chapéu em referencia ao cantor de pagode baiano Psirico, Márcio Victor; ou então os colares os usados pelo tradicional bloco carnavalesco de Salvador “Filhos de Gandhi”, que neste caso não servem apenas como recortes de diferenciação do look de quem usa mas, sobretudo, parte da cultura baiana, incusive, estes acessórios eram vendidos lá mesmo no evento para as pessoas que por acaso, quisessem algo mais.

Uma característica interessante e que está neste tipo de festa também é o apelo a sensualidade, que se faz presente não apenas nas danças, letras das músicas mas também nas milhares de pessoas que exibem seus corpos (em dia com a academia ou não) no evento.

Acredito que este traço de sensualidade talvez seja conveniente ao cenário, muitos não conseguem se divertir, dançar ou acompanhar o trio elétrico com muita roupa, por isso além da sensualidade expressa, o conforto pode ser associado ao vestuário requisitado na festa, embora as vezes haja um exagero desnecessário que beire a vulgaridade.

Adornos demasiadamente grandes também estão presentes no visual: pulseiras, colares, brincos tudo é exagerado, colorido e não necessariamente combinam com as cores da camiseta. O exageiro não é motivo de preocupação por quem prepara o que vai usar na festa.

O que é importante ressaltar, é que ao ir a uma festa dessa, temos que nos vestir de acordo com o contexto mas sem deixar que suas características pessoais e sua identidade, sejam escondidas. O bom senso deve estar presente na hora de escolher elementos que complementem seu abadá, para que não cometa pecados em busca da diferenciação na multidão.

Veja abaixo uma amostra do que foi feito para encrementar o abadá:





Um comentário:

Marília Fidélis disse...

Adoorei essa sua materia.! Parabéns Brunaa.

Gostei muito das fotos.

Beijos =)